No mesmo dia do lançamento da Operação Dengue 2021 pela Prefeitura, nesta quinta-feira (18), a Colônia de Pescadores Z1, no Rio Vermelho, foi vistoriada por equipes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). O trabalho preventivo consistiu na eliminação de focos de proliferação do mosquito Aedes Aegypti – transmissor da dengue, zika e chikungunya.

“Nas colônias de pescadores, por exemplo, os barcos são guardados da maneira que vão ao mar. De forma côncava, eles acumulam água da chuva. A exemplo de hoje, foram encontrados vários focos larvários”, explicou a diretora de vigilância à Saúde da SMS, Andréa Salvador.

Por isso, segundo Andrea, a vigilância no local é constante. “A cada 15 dias, é feita uma visita para colocar o larvicida e evitar que essas larvas possam se transformar potencialmente num mosquito alado, picando a população e ajudando a transmissão do vírus”, completou.

Algumas amostras que são retiradas do ambiente passam por avaliação larvária em um laboratório, para verificar se são de Aedes ou de Culex, que é a muriçoca. As outras ficam no ambiente onde foram encontradas e são tratadas com larvicida, para que não se transformem em mosquitos.

O pescador Tarlei dos Santos ressaltou a importância dos cuidados preventivos para evitar as doenças virais causadas pelo mosquito. “Eu tiro a água do barco, jogo areia, lavo e, se vejo água empoçada, eu chamo os donos da navegação para tirar. Eu e minha esposa já pegamos chikugunya e sei o quanto é doloroso. Fiquei de cama, não conseguia levantar. Eu já tinha cuidado e, depois que fiquei doente, tenho mais ainda”, relatou.

Ações – Durante os meses de março e abril, as ações de mobilização serão realizadas em locais estratégicos para conter a proliferação do mosquito. Os agentes estarão nas ruas às quintas e sextas-feiras, a partir das 8h, em pontos estratégicos.

Com o aumento na procura por atendimentos médicos devido à Covid-19, Andréa Salvador ressaltou uma maior importância na vigilância contra a proliferação do Aedes. “Não existe nenhum sistema de saúde que suporte uma pandemia e uma epidemia. Então, nós precisamos, nesse momento, estar atentos e zelosos nas nossas residências e entornos. Na época de outono, onde há água e calor, precisamos ser combatentes para não haver uma circulação viral no nosso município”, disse.

A diretora de Vigilância à Saúde destacou, ainda, que atitudes conjuntas entre os poderes públicos e a população são eficazes no combate ao mosquito. “Nós temos a população engajada, nossa parceira, mas nós não podemos descuidar. Sabemos que 80% dos focos estão intradomicílio, dentro das casas. Então, a população é peça fundamental para isso”, afirmou.

Cronograma – Nesta quinta (18) e sexta-feira (19), as inspeções são realizadas em cemitérios, templos religiosos, borracharias, pontos de reciclagem e imóveis acumuladores. Na próxima semana, dias 25 e 26 de março, as praças públicas, bocas de lobo e instituições de saúde, como Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), hospitais e clínicas, serão vistoriadas. As denúncias de possíveis focos do mosquito podem ser feitas através do Fala Salvador, no telefone 156 ou pelo site www.falasalvador.ba.gov.br.